quinta-feira, 19 de março de 2009

NATO – Ainda há razões para a sua existência? - Escrito em 2006-11-29 20:06:27

A NATO (North Atlantic Treaty Organization – em Português, OTAN, Organização do Tratado do Atlântico Norte) nasceu em Washington (EUA) em 4 de Abril de 1949. É uma organização internacional de países ocidentais, de colaboração militar mutua, criada com o objectivo de se opor ao bloco comunista no contexto da guerra-fria; de referir que, alguns anos após nascer a Aliança Atlântica, os países do bloco de leste criaram a Aliança Militar do Leste Europeu, através do Pacto de Varsóvia.

- “os objectivos que a orientaram durante quatro décadas desapareceram subitamente”-
Os países que integram a NATO são: EUA, Alemanha (antes da reunificação alemã, a Republica Federal da Alemanha), Bélgica, Canadá, Dinamarca, Espanha, França, Grécia, Holanda, Islândia, Itália, Luxemburgo, Noruega, Reino Unido, Turquia, Portugal, e a partir de 1999, países do antigo Pacto de Varsóvia: Hungria, Polónia e Republica Checa. Com o fim da guerra-fria e a queda do Bloco de Leste no final da década de 80, o motivo e os objectivos que a orientaram durante quatro décadas desapareceram subitamente. Partida a pedra angular da NATO, esta dedicou-se à protecção da Europa e ao seu alargamento aos países de Leste. Bem… esta visão é, no mínimo, duvidosa: durante a década de 90 assistimos, impotentes e mal informados, a guerras e perseguições étnicas nos países derrotados na guerra-fria – os mais frágeis. Seriam uma ameaça ou um obstáculo? Foram muitos os massacres, ainda mal explicados…

- “NATO tornou-se num clube restrito, uma “Policia Mundial”” -
Invocando a clausula da NATO que diz que se um pais membro for atacado todos os outros vão em seu auxilio, os EUA, após os ataques em 2001 às torres do WTC, lideraram os restantes países da Aliança na invasão do Afeganistão, acusando os Talibans de ajudarem e protegerem a Al-Quaeda, segundo os americanos, responsável pelo terror que atingiu o maior centro económico mundial, mesmo no coração da terra do Tio Sam. Face às suas actividades, desde o fim da razão da sua existência até aos nossos dias, a NATO tornou-se num clube restrito, uma “Polícia Mundial”, comandada pelos interesses norte-americanos.

- “…os comandantes no terreno põem em causa a vitória e suplicam…” -
Neste momento a NATO ainda comanda no Afeganistão a maior operação militar dos seus quase 60 anos de história. Nos últimos meses, os ataques dos Talibans às forças ocidentais, principalmente a sul, tiveram um importante aumento, de tal forma que os comandantes no terreno põem em causa a vitória e suplicam por mais meios logísticos e humanos. Mas a maioria dos países está reticente em colaborar. Esta semana realizou-se a urgentíssima cimeira “Atlântica”, tendo como principal tema a enorme dificuldade que estão a sentir nas batalhas do Afeganistão. A situação é tão grave que já se põe em causa a existência da NATO e a segurança mundial. Aliás, o desespero é tal que, apesar de não chegar às duas centenas de homens, o próprio presidente Bush mencionou pela primeira vez, a colaboração Portuguesa – não vão os lusitanos desmotivarem…

A Aliança Atlântica, pelas razões óbvias, está sem crédito e moribunda. Talvez por isso se estejam a verificar movimentações para a criação de outras “Alianças” – esteja atento aos presidentes Russo e Francês, e por incrível que pareça, também ao Iraniano…

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