quinta-feira, 19 de março de 2009

Como é possível que ultimamente se fale tanto na “epidemia do século XXI”… e no extremo oposto milhões de crianças morrem à fome… - Escrito em 2007-06

Corria o ano de 1950, e o mundo enfrentava grandes dificuldades. A 2º Grande Guerra Mundial tinha terminado há meia dúzia de anos e as crianças enfrentavam enormes dificuldades: a alimentação era deficiente, os cuidados médicos eram escassos, os pais não tinham dinheiro e por isso retiravam-nas das escolas e punham-nas a trabalhar de sol a sol. Mais de metade das crianças europeias não sabia ler nem escrever…
Nesse ano, a Federação Democrática Internacional das Mulheres propôs às Nações Unidas que criassem um dia dedicado a todas as crianças do mundo: independente da raça, cor, sexo, religião e origem nacional ou social, a ONU reconheceu que as crianças necessitam de cuidados e atenções especiais, precisam de ser compreendidas, preparadas e educadas de modo a terem possibilidades de usufruir de um futuro condigno e risonho. Ficou assim estabelecido o dia 1 de Junho como o “Dia Mundial da Criança”.
Hoje são muitos os festejos que se vão realizar um pouco por todo o mundo – ainda bem que assim é! Muitas são as crianças que vão receber prendas e que vão participar em iniciativas que as vão divertir muito. Não há nada mais gratificante do que o sorriso de uma criança. No entanto, não podemos esquecer que hoje são mais as crianças que sofrem do que há 57 anos atrás… é verdade! Apesar das muitas iniciativas de solidariedade que se efectuaram, das muitas campanhas na televisão a favor das crianças, da muita pressão efectuada sobre os governos, a situação está pior! Bem pior: é a fome, a pobreza e as guerras nos países menos desenvolvidos; e a violência, o abuso sexual e o tráfico de crianças nos países mais desenvolvidos. É uma catástrofe global que tem sido camuflada. Sim, camuflada! Como é possível que ultimamente se fale tanto na “epidemia do século XXI”, a obesidade infantil (excessos alimentares), e no extremo oposto milhões de crianças morrem à fome… e não se vê governo nenhum a fazer algo para alterar a situação. Ignoram-se estas crianças que vivem em extrema dificuldade. Não admira que aquelas que conseguem sobreviver, ou para sobreviver, se tornem em armas mortais, em perigosos terroristas, como acontece em vários países da África e Ásia. O fosso entre ricos e pobres é cada vez maior, e o pior é que vivem lado a lado. Como se sentirá uma criança que tem fome e que vive perto de uma cidade ou país em que os excessos alimentares são uma das principais causas de morte?

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