sexta-feira, 10 de abril de 2009

Que impere o bom senso e não seja necessário um novo 25 de Abril: "Socialistas assinam texto crítico sobre situação do país"


10.04.2009, Nuno Simas – Jornal Publico

Manuel Alegre e Mário Soares subscrevem apelo à participação na manifestação do 25 de Abril
O retrato, do mundo e de Portugal, muito pouco risonho que é traçado num "apelo à participação" na manifestação do 25 de Abril, na Avenida da Liberdade, em Lisboa, avisa que "a crise internacional não poderá servir de cobertura para perpetrar arbitrariedades e violências contra os trabalhadores, nem tão-pouco para absolver quaisquer caprichos ou incompetências do poder". O apelo, lançado pela Associação 25 de Abril, que organiza todos os anos a manifestação, mereceu a concordância do PS, o partido do Governo, e por alguns dirigentes da chamada "ala esquerda", a começar por Manuel Alegre, e pelo fundador do partido Mário Soares. Outros subscritores são o PCP, Bloco de Esquerda, Verdes, as duas centrais sindicais, CGTP e UGT, JS e JCP, entre outros.
Para responder à crise, é feito um apelo a "novos paradigmas comportamentais e políticos". "Ultrapassada a tempestade, nada poderá ficar na mesma", lê-se no apelo. O "sistema capitalista" parece "ter entrado em ruptura". Há "direitos conquistados durante gerações, pelos trabalhadores" que foram "gradualmente postos em causa". A crise económica mundial está a ter consequências em Portugal, onde os seus efeitos se somam às "vicissitudes de antigos desequilíbrios estruturais que vêm de muito longe e persistem".
O texto do manifesto, a que o PÚBLICO teve acesso, não aponta directamente as opções governativas, mas é marcadamente crítico quanto à situação económica no mundo e em Portugal. Com frases como esta: "O desemprego e a precariedade alastraram simultaneamente com a desigualdade e empobrecimento. As classes trabalhadoras foram progressivamente intoxicadas pela compulsão consumista, veiculada por um marketing agressivo e manipulador", acrescenta o texto.
Manuel Alegre e Mário Soares são duas das mais de 600 personalidades de várias tendências esquerda que assinam o documento. A lista completa-se com figuras como o líder do PCP, Jerónimo de Sousa, o Nobel da Literatura José Saramago, Carvalho da Silva, secretário-geral da CGTP, ou ainda Francisco Louçã, líder do Bloco de Esquerda. Do PS os nomes somam-se: o líder parlamentar, Alberto Martins, a eurodeputada Ana Gomes, o presidente do partido Almeida Santos, o ex-líder Ferro Rodrigues, ou ainda o vereador lisboeta Marcos Perestrelo, e os deputados Vera Jardim e Vitalino Canas.
Entre os apoiantes deste "apelo à participação" contam-se ainda o ex-líder do PCP Carlos Carvalhas, os capitães de Abril Vasco Lourenço e Otelo Saraiva de Carvalho, que reclamam "o direito inalienável à pluralidade das suas opiniões".

Digo eu:

Somos livres para nos expressarmos contra o governo (ultimamente já nem isso) mas adianta algo? Milhares de pessoas em manifestações nos últimos tempos fizeram alterar politicas? Desde pequeno, e tal como a música, que oiço, no contexto da revolução dos cravos, que o povo é quem manda!!! Desculpem...eu sei que não manda...é uma utopia...

Será que depois do 25 de Abril de 1974 saímos de uma ditadura politica para entrar numa ditadura económica?

Vivemos num República Democrática! Realidade ou Ilusão?

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